
O Inventário de Carbono da Fazenda Guapiara, situada no município de Aiuruoca, Minas Gerais abrange uma extensão de 527,36 hectares, a fazenda se destaca por sua rica biodiversidade e pela presença significativa de áreas de mata nativa, que compõem um cenário vital para a conservação ambiental e o equilíbrio ecológico.
O inventário de carbono na Fazenda Guapiara foi meticulosamente projetado para quantificar o carbono estocado nas áreas de vegetação nativa. Utilizando 91 parcelas distribuídas estrategicamente pela propriedade, o estudo forneceu uma estimativa precisa do carbono presente, não apenas na biomassa aérea, mas também em componentes críticos como a vegetação arbustiva, raízes, serapilheira e, notavelmente, no solo, que se revelou o maior reservatório de carbono.
Inicialmente, foi conduzida uma amostragem piloto, na qual 19 parcelas de 800 m² foram estabelecidas aleatoriamente pela fazenda. Esta fase inicial teve como objetivo determinar a variabilidade do estoque de carbono na vegetação aérea, essencial para calcular a intensidade amostral adequada para o inventário completo.
Com base nos resultados da amostragem piloto, o número de parcelas necessárias foi determinado para assegurar que as estimativas do estoque de carbono tivessem um erro menor que 10%. As parcelas foram estabelecidas de forma permanente, permitindo monitoramento e atualizações futuras dos estoques de carbono. Cada árvore dentro das parcelas foi marcada e mapeada para facilitar o acompanhamento longitudinal.
Dentro de cada parcela, uma série de medições foram realizadas para avaliar o estoque de carbono acima e abaixo do solo. Todas as árvores com circunferência à altura do peito (CAP) maior que 15,7 cm foram medidas em termos de altura e CAP, e esses dados foram usados para estimar o estoque de carbono acima do solo através de equações específicas. Além disso, sub-parcelas foram estabelecidas para coletar e analisar a biomassa da vegetação não arbórea e a serapilheira, convertendo a matéria seca em estoque de carbono usando fatores de conversão padronizados.
Para complementar a análise, a biomassa subterrânea (raízes) foi quantificada através de amostragens em diferentes profundidades do solo, e amostras de solo foram coletadas para determinar a matéria orgânica e o estoque de carbono orgânico no solo.
O total de carbono armazenado na vegetação nativa foi estimado em 97.654,49 toneladas, considerando um nível de confiança de 90%, portanto, a conversão do estoque de carbono para CO2 (dióxido de carbono), utilizando o fator de conversão de 3,67 (1 ton de carbono = 3,67 ton de CO2), resultou em um total de 358.391,97 toneladas de CO2 equivalente. Este valor representa a quantidade total de créditos de carbono associados à vegetação nativa da fazenda.
A análise detalhada revelou que o solo é o maior reservatório de carbono, armazenando 64,12% do total, seguido pela vegetação arbórea (25,41%), raízes (6,53%), serapilheira (3,73%) e vegetação não arbórea (0,21%). Com um erro associado às estimativas do inventário foi calculado em 3,28%.